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10/02/2017
Tudo tem um fim
Gratidão, acho que é a palavra certa para descrever o que sinto por todos os leitores que participaram do "E daí?". Foram demais as histórias que vocês compartilharam, aprendi muito e me inspirei em várias...
Quando pensei na ideia do projeto não imaginei que teria um alcance tão legal e a participação de tanta gente, sei que as histórias influenciaram várias pessoas e com certeza quebraram alguns tabus na vida delas.
Não tenho muito o que falar, já que sempre comentava as histórias de cada post, mas se ainda resta um pouco de indecisão quanto a aceitar algo e ser feliz, queria te dizer que não vale a pena continuar com vergonha de alguma característica, não tenha medo de mudar, de ser você, não se importa com o que as pessoas acharão da sua mudança, se forem realmente seus amigos eles vão te apoiar...
É isso. Só quero dizer que esse foi o primeiro de muitos, espero continuar com o apoio de vocês.
27/01/2017
Cresci, aprendi a me defender, moralmente e fisicamente - E daí?
Acho que não preciso falar muito na história de hoje, já que
o texto ficou bem completo.
Mais uma vez a história é sobre orientação sexual, e nela
Gabriel, que também é blogueiro (Para ver seu blog, clique aqui), conta como
foi essa fase de aceitação e os preconceitos que sofreu. Achei demais a
história dele, espero que vocês também gostem.
“Talvez uma das coisas mais malucas da vida é o fato de você
ter que se assumir para alguém algo que você é. Eu comparo isso a um louco em
um hospício dizendo que não é louco, talvez ele seja, talvez não, mas fato é
que as pessoas, muitas das vezes também não se importam com as vontades dele e
muito menos o que ele pensa em relação à absolutamente tudo, afinal, ele é
louco.
Sei que isso parece pesado ou extremamente diferente para os
outros, mas foi isso que vivi por muito tempo. Desde pequeno me sentia diferente
dos demais, enquanto a galera gostava de ir para a educação física eu gostava
de ler, escrever, fazer contas, descobrir coisas. Não tinha computador, mas era
fascinado por isso aqui, sabia que ele poderia me levar a lugares que eu nunca
pensei ir, gostava de ver como as coisas eram feitas, de pintar, de realmente
ir na contramão de todos, não porque eu queria, mas porque eu era realmente
assim, era confuso ser diferente da galera, ser mais atencioso dos que os
outros guris, gostar dos detalhes das coisas, dos pequenos insetos, de não ter
nojo de algumas coisas, era realmente uma pessoa "normal" em um
espécie de hospício.
Durante a minha infância pouco se ouvia falar sobre sexo e
muito menos sobre sexualidade, era quase um pecado falar sobre isso, mas eu,
curioso e corajoso que era, nunca tive medo de falar e de descobrir sobre isso.
Um dia, assistindo a tão proibida MTV Brasil, vi dois rapazes dando um famoso
"selinho", algo considerado para adultos, fiquei com aquela cena
durante semanas na minha mente, vi aquilo como a resposta de algo que eu me
perguntava há tempos. A vida seguiu e eu esqueci aquela cena, mas ela sempre
vinha à tona quando eu via um menininho lindo, eu queria beijá-lo, eu queria
andar de mãos dadas, entregar-lhe flores, chocolates, mas isso nunca aconteceu,
sim, minha vida amorosa nunca é correspondida, mas isso é história para outra
escrita. Um dia me deparei com o famoso bullying, algo que ninguém conhecia na
época nem era tão conhecido, as pessoas pouco falavam sobre isso, era coisa de
criança fraca, eu tinha que ser forte, mas na verdade eu nunca me importei com
isso, até o dia em que um guri disse:
HEY GABRIEL, SUA BICHA!
Eu olhei assustado e simplesmente sorri, na inocência de
criança. Depois daquilo era bastante comum vir alguém pedindo para eu falar
chiclete, andar, gritar, dizer “ai” e coisas do tipo, mas eu realmente não
entendia e ficava de boa, até quando comecei a reparar que a galera fazia isso
para rir de mim, rir de uma pessoa que não sabia o que estava acontecendo.
Cheguei em casa naquele dia, joguei a minha mochila no chão,
coisas rara, já que minha mãe dizia que mochila no chão é sinônimo de
aprendizado de nível baixo, parado em frente a ela disse:
SOU BICHA! EU FALO CHI-CLE-TE! QUERO UM ARQUINHO IGUAL DA
MARINA! JÁ!
Ela me olhou assustada e disse que não era para eu dizer
aquilo que não era algo bom, eu a indaguei sobre aquilo e ela disse que
simplesmente não era correto e já era.
O tempo passou, eu entendi que bicha na linguagem “heteronormativa”
e machista é algo ruim, que tem referência à algo ruim, agora o porque, não sei
até hoje!
Sofri mais bullying, um dos mais pesados. Fui trancado no
banheiro, empurrado da escada, excluído só por ser gay, levei pedradas,
ameaças, cheguei a correr para não apanhar, mas aprendi algo mais importante
ainda, aprendi que não é pelo fato de eu ser gay que as pessoas iriam pisar em
mim, que elas iriam me excluir ou me bater, sou ser humano igual a elas e
mereço respeito.
Cresci, aprendi a me defender, moralmente e fisicamente,
aprendi MMA e aprendi sobre a causa LGBT e não me sinto melhor nem pior que
ninguém, apenas um ser iluminado que aprendeu com as coisas ruins da vida. Até
o momento não foram só momentos ruins, foram momentos bons e legais, fiz
amizades que levo até hoje, tanto na escola quanto fora dela.”
26/01/2017
Até quando a cor vai definir pessoas? - E daí?
Acho que o lugar onde mais sofremos preconceito foi na
escola e quando éramos crianças ou adolescentes, deve ser porque a gente não
sabia revidar ou se sabia não fazia da forma certa.
Hoje teremos mais uma história sobre racismo, aconteceu com
Euriane, essa garota da foto.
É incrível como o preconceito pode ser tão cruel com as
pessoas e o seu efeito durar por tanto tempo...
“Bem, eu lembro de
muitas vezes em que fui olhada e tratada de forma diferente, as vezes até com
xingamentos, sempre sofri muito, por ser muito ingênua, nunca entendia o por
quê...
Mas tenho uma
lembrança que trago comigo como uma tatuagem, chegou uma menina nova na sala, eu
ainda fazia o Ensino Fundamental, ela parecia bem tímida, fiz com que ela se
sentisse bem e logo tratei de fazer amizade, como ela morava perto da Escola, costumava
visita-la depois da aula, conversávamos muito, mas um dia, o único
"crime" que cometi, foi elogiar o irmão dela, que também estudava na
escola, disse que achava ele bonito, bastou isso!...no dia seguinte fui
ignorada por ela o dia todo, e ao sair da escola, lembro que era uma tarde
quente, e eu estava abraçada com meus livros, andava na frente e ela com seu
irmão atrás, começaram a me chamar de diversos apelidos maldosos, riram de mim,
da minha roupa, com deboche, me chamavam de negra feia, muitos deles esqueci, mas
o que não sai da minha cabeça toda vez que vejo eles pela cidade, que por ser
pequena, isso não é raro, era "doce de leite queimado", chamaram até
eu caminhar bem mais rápido para não poder ouvi-los, eu não disse nada, me
senti um lixo, me senti feia, apenas baixei a cabeça, caminhei, e da forma mais
amarga, por ter vindo de uma pessoa que sempre tratei bem, descobri o que era
Racismo.
Faz três anos que terminei os estudos, vai
fazer um ano que entrei pra faculdade, mas mesmo depois de tanto tempo, me
sinto mal quando os vejo, eles talvez nem se lembrem mais disso, mas eu fiquei
com esse trauma, de chegar em casa e chorar, apenas por ter a pele morena, hoje
graças a Deus não tenho mais problemas quanto à minha cor, tenho orgulho dela, hoje
não fico mais calada, peço a Deus que eles tenham mudado, me sinto feliz por
que sei que não sou igual a eles e sei que hoje, posso levantar minha cabeça.”
25/01/2017
Não aguentei mais e resolvi assumir para os outros
Essa é uma das últimas histórias do nosso projeto,
infelizmente ele está chegando ao fim.
O assunto de hoje é
orientação sexual, acho que não daria para terminar e não falar esse tema, já
que o público gay é um dos maiores do blog. Sério, recebo mensagens bem
carinhosas deles, é muito legal saber que você fez ao menos um mínimo de
diferença na vida de alguém, na verdade sua escrita. Amo cada um de vocês.
Esse tema é bem
complicado porque a gente sabe que por mais que seja divulgado e ensinado sobre
orientação sexual, o preconceito continua e mesmo que você não tenha, mas seu
vizinho ou seu colega tem. E o pior é que hoje, talvez por medo de processos,
as pessoas escondem o preconceito, não é difícil ver perfis sem fotos nas redes
sociais, fazendo posts e comentários maldosos.
Só espero que um dia isso acabe e as pessoas possam ser
felizes vivendo ao lado de quem quiserem sem julgamentos.
Isso é um clichê,
mas que a gente nunca aprende... Você não precisa concordar os achar legal, se
a pessoa tem tatuagem, usa um estilo de roupa ou casa com quem ela quiser. Você
precisa respeitar a escolha dela e saber que o que ela faz ou deixa de fazer,
não muda nada na sua.
Esse é o Karlyson e
seu namorado, ele também é blogueiro, (Clica aqui para visitar o blog dele).
"Eu costumo dizer que não tive a tal fase de 'aceitação' e
'descoberta', simplesmente era pra ser, eu digo que tive a 'percepção'. Eu
percebi que não me sentia atraído pelas meninas da escola, e sim pelos
(péssimos) meninos.
Mas nem tudo foi tão fácil assim. Pelo fato de eu nunca
esconder meus trejeitos, acabei passando por uma época bem tensa de bullying na
escola. Ouvia piadinhas o tempo todo, não era bem recebido nos grupos dos
meninos e não entendia o motivo. Até que percebi que me sentia melhor e mais
aceito com as meninas, foi onde eu conheci a minha melhor amiga na época. Era
minha 'heroína', ela que me defendia das piadinhas.
Chegou um momento que eu não aguentei mais e resolvi assumir
para os outros, até porque pra mim eu não precisava assumir mais nada. E foi
quando tudo melhorou, não sofri mais nadaaa. :D
Sempre tive a aceitação dos meus pais e hoje tenho um
relacionamento sério onde resolvi entrar de cabeça e apostar todas minhas
fichas, sem receio, com confiança e respeito. Indico muito! Ele é meu
companheiro, me apoia em todos os projetos e sempre está junto comigo, ajudando
a colocar minhas ideias em prática e eu fazendo o mesmo por ele."
19/01/2017
Não se cale diante do preconceito – E daí?
Eu sou do tipo de pessoa que em uma discussão sempre fala
umas coisas nada a ver, e depois é que começa a imaginar várias coisas que
podia ter dito, mas depois não adianta muito...
Acho que nunca fui muito de discutir com as pessoas, eu
escuto o que elas tem a dizer, e depois ignoro a opinião delas, caso seja preciso.
Mas quando se trata de opinião preconceituosa, não podemos
nos omitir, é preciso mostrar que não concordamos e não aceitamos que qualquer
pessoa se ache superior a outra por causa de alguma característica. A sociedade
que tanto falam, somos nós, a gente é quem é responsável por melhorá-la.
E existem tantas formas de fazer isso... Uma delas é o
elogio, sério, já vi tantas pessoas felizes por receberem elogios do tipo: “Sua
pele é linda!” “Seu cabelo demais.”
Coisas simples, sabe? Mas que fazem tanta diferença para
quem só ouve críticas.
Essa é a Josaine, ela contou sobre o preconceito que sofreu
em uma fila de banco.
Bem... Tenho orgulho de ter sido abençoada com a avó negra
mais linda do mundo... Dona América ou vó Merca (in memoriam) nunca me deixou
acreditar q eu era menos que ninguém pela minha cor ou meu cabelo.
As situações de preconceito me acompanham desde criança, mas
eu sempre sou mais eu e não me deixo abater.
Numa dessas um ser bem idoso cabelos brancos, mal podia
ficar de pé mesmo com a bengala; saiu da sua fila preferencial do banco se
encaminhou na minha direção e me olhando bem disse:
"Oh moça, não bastava ter cabelo de preto, tinha que pintar
de azul?"
Permita-me antes de contar como reagi, dizer lhe como meu
cérebro reagiu... Sou conhecida por ser um poço de ignorância, grossa e indelicada;
Pensei como assim cabelo de preto? O que esse homem sente pelo amor de Deus?
Respirei fundo, coisa que não faço normalmente e disse:
"Moço desde quando mesmo que o Senhor paga minhas contas?
Não me interessa sua opinião sobre meu cabelo, tenho orgulho das minhas raízes
e amo meu Cabelo."
Algumas pessoas se dirigiram a mim como se eu fosse um
monstro e disseram:
“Você não pode falar assim com ele, ele é um idoso.”
E eu calmamente respondi:
“Mas ele pode vir até aqui e me desrespeitar?”
Uma moça disse: “ele só te fez uma pergunta”.
Eu ainda calma disse à ela “Uma pergunta recheada de
preconceito e intolerância racial que poderia gerar um processo por racismo,
porém hoje a opinião de ninguém me importa inclusive a sua; Só acho que se todos nós negligenciarmos o preconceito
ele nunca será extinto. Eu respeito a condição dele de idoso, mas se ele chegou
a essa idade com tanto preconceito, quer dizer que o carrega pela vida, fazendo
mal as pessoas. Quando você não tem algo construtivo pra falar mantenha sua
boca fechada que é melhor.”
Aumentei o volume da música q eu estava ouvindo reabri o meu
livro e não me importei mais com o que estavam comentando naquela fila.
13/01/2017
Sou ateu - E daí?
Mesmo sendo evangélico, não tentarei debater com os argumentos
do texto de hoje.
Muitas vezes não concordamos ou não acreditamos em algumas
opiniões, isso sempre vai acontecer, mas o respeito e a compreensão nunca podem
faltar.
Cada pessoa tem seu mundo, sua personalidade, suas
influências, seu modo de pensar...
Como diz Richard Dawkins, em seu livro, “Deus um delírio”,
as pessoas quando crianças são influenciadas pelo que lhes são ensinado, assim,
o que nos é ensinado quando somos crianças é tomado como verdade absoluta, e
como exemplo, temos os diferentes tipos de religiões.
Mas acredito que quando crescemos e começamos a ver o mundo
como realmente é, podemos questionar essas “verdades” e ver se é o queremos
acreditar por toda a vida.
Acho que foi isso que fiz. Posso dizer que tenho liberdade
para acreditar no que eu quiser, e foi nisso que escolhi, mas não critico quem
prefere a explicação da ciência, é exatamente assim que deve ser, devemos ser críticos
a ponto de decidir o que é mais sensato.
Não podemos acreditar somente porque um pastor disse que é verdade
ou porque temos medo de ir para o inferno, isso não seria livre-arbítrio, não
seria amor, não seria o acreditar que Deus deseja.
Quando se trata de “acreditar” Cada um precisa analisar seus
sentimentos, se as teorias e as provas apresentadas por cientistas e pela
ciência te fazem uma pessoa melhor, mais inteligente, mais feliz... Você deve
continuar acreditando.
Mas se você sente algo diferente quando olha para o céu, que
acha que as provas apresentadas pela ciência, não te satisfazem, prefere
acreditar em algo que precisa de fé, sem provas... Que acha que existe um vazio
que só é preenchido por um ser sobrenatural que tem um amor inexplicável, e que
tem certeza de que isso não é uma invenção da sua mente... Você deve continuar
acreditando.
Agora vamos a história de hoje.
Esse é o Guto, ele não liga para as críticas que recebe por
ser ateu, ele preferiu acreditar no que ele quiser.
Sim sou ATEU. E apesar de muitas pessoas acharem que ser
ateu é um problema e eu já ter me sentindo discriminado em diversas situações,
eu não faço esforço algum para omitir essa informação sobre mim. Não sou
obrigado.
Retroagindo um pouco, lembro que fui criado sob a doutrina
católica. Sempre me ensinaram as coisas dá Bíblia, e que deveríamos seguir tais
"leis" para não sofrer a punição de ir para o inferno.
Éramos coagidos pelo medo.
Eu percebi que a maioria das pessoas que diziam acreditar em
Deus (me refiro ao Deus dá Bíblia) o dizia por ter medo dá punição de ir para o
inferno e, quando praticavam alguma coisa boa, não faziam de coração, mas por
querer ter uma recompensa: ir para o céu. Ou seja, fazia por interesse.
É sensato de minha parte observar que não estou
generalizando. Não são todas as pessoas que diziam ter fé que agiam assim. Mas
mesmo nas outras pessoas que não demonstravam ter fé pelo motivo supracitado eu
não via, na fé deles "RAZÃO DE SER".
Além disso, há outros aspectos: em meio de tantas religiões,
tantas crenças, como poder afirmar que o deus da religião "X" ou da
religião "Y" é o verdadeiro?
Eu acredito na ciência. As histórias descritas nas religiões
não satisfizeram minhas indagações.
Porém, apesar de ser ateu, não gosto do desrespeito às
religiões. Não acho que uma religião seja superior à outra. E acho que as
palavras que devem reger a convivência entre as pessoas que professam diferentes credos e os que não tem
crença alguma, sejam TOLERÂNCIA E RESPEITO.
Ser ateu, para mim , não é ser mal intencionado, como muitos
pensam. Não é ser satanista, pois ateu não acredita nem em deuses e nem em
demônios.
Acredita apenas na vida e em nada mais.
Depois da morte, para mim só o túmulo.
Acredito que devemos ter a empatia como norteadora de nossas
decisões, de nossos atos. Que devemos nos colocar, ou nos imaginar no lugar do
próximo. Só fazer com o outro o que gostaríamos que fizessem conosco.
Acho que devemos viver a vida sem se importar muito com bens
materiais. Não penso em acumular nada. Penso em ter o necessário para uma vida
confortável.
Correr atrás demais das coisas, deixar de aproveitar a vida
para buscar incessantemente enriquecer, não vale a pena. Não levamos nada para
o túmulo.
Da vida vai ficar os momentos bons que foram vividos, as
amizades verdadeiras que foram feitas, os sorrisos que conseguimos provocar em
alguém...
A vida seria bem mais simples se a gente não tivesse que
gastar tanto tempo com tabus criados pelas pessoas."
10/01/2017
Sou exatamente assim - E daí?
Hoje teremos duas histórias com assuntos diferentes, mas somente o conteúdo mesmo, porque a superação é semelhante nas duas.
Essa é a Simone, ela ficou com depressão depois de uma série de perdas de entes queridos. Acredito que para algumas pessoas, quem possui depressão é uma pessoa desequilibrada, só vive chorando, tomando remédios e o pior acham que é "Frescura".
Mas não é assim, mesmo sendo uma doença séria, cada pessoa reage de uma forma, cada um tem suas dificuldades e superação.
"Sempre me considerei uma pessoa alegre, com momentos de melancolia sim, mas nunca tinha vivido isso... Parei no consultório de um Psiquiatra, desesperada, achando que tinha enlouquecido... Foi então que tudo começou... Recebi o diagnóstico e o tratamento para a Depressão, como sou Professora de Educação Infantil, trabalhar com crianças, e se adaptar aos remédios, foi um desafio. Recebia o amor dos meus alunos e da minha família, mas também recebia os olhares desconfiados de algumas colegas... Tive que lidar com o meu preconceito (que achava que depressão era frescura) e com o preconceito dos outros! Custei a aceitar minha condição, assim que melhorava um pouco, parava com a medicação por conta própria, e logo vivia um rebote horrível! Tinha que recomeçar tudo de novo! Hoje, passados três anos do início da minha caminhada, consigo entender que o que acontece comigo é algo que posso conviver...tomando a medicação certa e corretamente, meu cérebro fica equilibrado e eu consigo viver normalmente...Tenho meus momentos de melancolia e passei a aceitar que sou assim...que sou muito grata por ter minha família e meu trabalho (que me proporcionam momentos muito felizes!) Entendo também que sou sensível ao extremo, e por causa disso, estou aprendendo a cada dia, que a opinião do outro e seus sentimentos em relação à minha pessoa, não definem quem eu sou de verdade!
Essa é a Simone, ela ficou com depressão depois de uma série de perdas de entes queridos. Acredito que para algumas pessoas, quem possui depressão é uma pessoa desequilibrada, só vive chorando, tomando remédios e o pior acham que é "Frescura".
Mas não é assim, mesmo sendo uma doença séria, cada pessoa reage de uma forma, cada um tem suas dificuldades e superação.
"Sempre me considerei uma pessoa alegre, com momentos de melancolia sim, mas nunca tinha vivido isso... Parei no consultório de um Psiquiatra, desesperada, achando que tinha enlouquecido... Foi então que tudo começou... Recebi o diagnóstico e o tratamento para a Depressão, como sou Professora de Educação Infantil, trabalhar com crianças, e se adaptar aos remédios, foi um desafio. Recebia o amor dos meus alunos e da minha família, mas também recebia os olhares desconfiados de algumas colegas... Tive que lidar com o meu preconceito (que achava que depressão era frescura) e com o preconceito dos outros! Custei a aceitar minha condição, assim que melhorava um pouco, parava com a medicação por conta própria, e logo vivia um rebote horrível! Tinha que recomeçar tudo de novo! Hoje, passados três anos do início da minha caminhada, consigo entender que o que acontece comigo é algo que posso conviver...tomando a medicação certa e corretamente, meu cérebro fica equilibrado e eu consigo viver normalmente...Tenho meus momentos de melancolia e passei a aceitar que sou assim...que sou muito grata por ter minha família e meu trabalho (que me proporcionam momentos muito felizes!) Entendo também que sou sensível ao extremo, e por causa disso, estou aprendendo a cada dia, que a opinião do outro e seus sentimentos em relação à minha pessoa, não definem quem eu sou de verdade!
O Livro "Os Quatro Compromissos" contribuiu muito
nesse meu crescimento... Sei que um dia os remédios não serão mais necessários,
que umas dia meu corpo voltará à produzir o que no momento me falta...Sei
também que não estou sozinha com esse diagnóstico...muitas pessoas, como eu, se
esforçam todos os dias para levantar e ser uma pessoa melhor... Aceito meus sentimentos,
respeito à depressão, mas vou sempre procurar me fazer e fazer os que estão à
minha volta felizes... ficar deitada em minha cama não vai ajudar...levantar a
cabeça e enfrentar a vida sim! Procuro não pensar na dor na alma, que às vezes
insiste em me derrubar, procuro me concentrar na gratidão do dia que recebi...
Não sou assim... Estou assim...Por quanto tempo? Não sei a resposta, mas aceito
e sigo em frente...Porque pra frente é que se anda..."
Essa é a Ana Célia, ela sofreu preconceito por ser negra.
"Bem, nunca
havia me ligado muito nessa questão de preconceito, mesmo tendo vários apelidos
quando criança por exemplo: ” negra do pajé”, “ macaca”, “neguinha da tapioca...
Não ligava muito, respondia com
algum atrevimento ou deixava quieto, e assim cresci numa área de risco, onde as
dificuldades sócio econômicas são muito precárias, e as oportunidades de sair
dela menores ainda. Por conta disso comecei a trabalhar cedo aos 13 anos como
babá, nos finais de semana e férias por que não abria mão de continuar meus estudos,
e assim deu certo até meus 19 anos, como queria continuar estudando não dava
mais para continuar como babá, pois, além disso, já dava aulas desde os 15 anos
numa escolinha pequena perto de casa, Arranjei um emprego numa loja de festas,
como vendedora, porém eu era a única funcionária lá então eu tinha que tomar
conta de tudo, da limpeza ao orçamento das mesas temáticas e do espaço,
para estava ótimo, só em trabalhar atendendo o publico era uma maravilha...
Porém, a loja
era vizinha a casa dos pais da patroa, e
a mesma funcionava como ponto de apoio do povo que vinha do interior, já que o
pai da mesma era prefeito num munícipio aqui do Ceará, assim a casa do lado
estava sempre cheia de homens que vinham a trabalho, para hospitais etc., e
alguns eram bem desagradáveis, pois davam cantadas e faziam piadinhas
desagradáveis e sem graça, mas eu sempre me defendia bem da investidas e
brincadeiras de mal gosto, e também cheguei a denunciar a minha patroa que
repreendeu os engraçadinhos e ameaçou de proibir a hospedagem dos mesmos na
“casa grande” como chamavam.
Esse problema
foi fácil resolver, no entanto fiquei dois anos nesse emprego, sem carteira
assinada, mas este era de longe o maior problema, como disse no inicio, não
ligava para preconceito, até conhecer a mãe da patroa, uma senhora elegante e
mal educada, arrotava avareza, mas vestia branco o tempo todo e ia as missas e
orações com devoção, mas seu coração estava longe de promover a paz que sua
vestimenta inspirava.
Esta “pobre
senhora rica” era a personificação do preconceito, e quando estava em Fortaleza,
fazia questão de me chamar na casa para fazer serviços domésticos e me
humilhar, a felicidade é que ela não vinha com frequência, mas quando vinha
valia pelo ano todo, pois além de fazer as tarefas na casa tinha que ouvir seus
insultos, tipo: “Negro e pobre é a bos* da sociedade”, valem nada, só servem
pra roubar a gente”, ficava horas no telefone falando essas coisas não sei com
quem. Eu não tinha coragem de enfrentar e muito menos contar a patroa.
E mesmo
sabendo que isso era errado, e acho que já era crime, isso aconteceu quando eu
tinha dos 20 aos 22 anos, eu não tinha coragem, pois tinha a deia de que a
corda só quebra do lado mais fraco e esse lado era eu.
Aguentei dois
anos e num dia em que estávamos organizando um espaço para o aniversário dessa senhora e do neto dela,
com a mesma presente foi a gota d’água, um dia inteiro de xingamentos e
tortura psicológica, eu decidi que não voltaria mais e como já era um sábado
-19 de dezembro, próximo ao dia do pagamento do mês, pedi a patroa para
adiantar meu salário, não tive coragem de falar que não voltaria na segunda,
ela concordou e ao ir em casa já a tardinha traria na volta, eu fiquei
terminando o serviço e ouvindo os absurdos daquela senhora, e não aguentei por
muito tempo, sai escondida, incentivada pela outra funcionária da casa, que
também mal intencionada, me convenceu a sair sem avisar nada.
Isso aconteceu
por que, apesar de eu saber que preconceito era crime, eu não tinha o
conhecimento que tenho hoje, a consciência dos meus direitos, do medo que eu
tinha de acabar pagando por algo que não faria jamais.
A melhor coisa
que fiz foi voltar a estudar mesmo depois dos filhos já grandinhos e de não ser
mais uma mocinha, pois apesar de sempre me aceitar como negra que sou, tinha
alguns problemas com cabelo, maquiagem, cor de roupas, essas bobagens e o mais
grave, não tinha coragem de enfrentar as pessoas para me defender, hoje é bem
diferente, continuei muito dócil e amigável, porém não tolero mais nenhum tipo
de preconceito e acredite, não foi fácil, mas vale muito a pena cada nova
conquista."
Acho que não tenho muito o que falar sobre essas histórias, elas já falaram tudo.
Amanhã tem uma nova história!
09/01/2017
Sou assim mesmo - E daí?
O post de hoje ainda é sobre peso, mas dessa vez a falta dele. Que coisa louca, se você é gordo te criticam, se você é magro, também te criticam. É por isso que você precisa ser o que quiser, e não ligar para o que as pessoas acham, você nunca vai se encaixar nos padrões loucos deles.
Essa é a Angelica, ela tinha 'problemas" por ser magra, Acho q me vi um pouco na história dela, sempre fui magro e isso me incomodava um pouco. Achava que para ser bonito tinha que ter um corpo com mais músculos, mais atraente...
"Eu nasci em 1991, vamos combinar que nessa época não tinha esse negócio de não poder zoar.
Essa é a Angelica, ela tinha 'problemas" por ser magra, Acho q me vi um pouco na história dela, sempre fui magro e isso me incomodava um pouco. Achava que para ser bonito tinha que ter um corpo com mais músculos, mais atraente...
"Eu nasci em 1991, vamos combinar que nessa época não tinha esse negócio de não poder zoar.
Na escola os meninos zoavam de mais, confesso que não me
importava muito, só às vezes...
Lembro-me de uma vez na terceira série que a professora me
chamou de magrela na frente da classe.
Todos riram, lembro
desse dia até hoje.
Foi chato, fiquei chateada, mas eu fingia não ligar sabe?
Até eles cansarem e parar por um tempo.
Na adolescência morria de vergonha do meu corpo, e só coloquei uma blusinha de alcinha no ano de 2009.
E no ano de 2010 tive a coragem de mostrar os "cambitos", como
sempre chamaram, de fora com um short.
Na verdade só tive essa coragem por conta de um namorado
(que hoje é meu marido inclusive).
Ele falava que eu era linda e eu realmente acreditava nele e
comecei a assim me sentir linda
Hoje sou mãe, tenho duas meninas e estou com 25 anos. Devo
estar pesando uns 50 quilos, não me considero tão magra.
Mais os apelidos foram tantos: “magrela, palito, Olívia palito, cambito, sara
cura (nem sei o que é isso) As meninas
me zoavam também, falavam que eu nunca namoraria por não ter corpo, até meu
irmão me zoava.
Hoje, se alguém falar alguma coisa não me importo eu
olho pra mim é estou satisfeita sou magrinha desde criança nunca pesei mais de
50 quilos, somente na gravidez daí cheguei aos 59 mais depois fui para 45 foi
tenso , mais entendi com a maturidade
que beleza é o que temos por dentro e que essa transmite para a de fora."
Ela falou sore ter vergonha de usar alguma roupa, acredito que todos nós já tivemos essa vergonha, mas usa o que você quiser, o corpo é seu e a roupa também, não deixe que ninguém influencie o que você deve ou não usar.
08/01/2017
E daí? Em que o meu peso te afeta?
A terceira história do blog será sobre excesso de peso.
Conheço várias pessoas que sofrem preconceito por estarem acima do peso. Mas existe um padrão e uma escala que diz qual o peso que você deve ter para ser bonito(a)? E quem disse que somente pessoas magras são bonitas?
A responsável por quebrar essa ideia é a Priscila.
"Meu nome é Priscila, tenho 36 anos e nunca fui magrinha... Achava-me com corpo normal na infância, mas como ouvia quer era gorda aceitei... Com 14 anos “a gorda” pesou na minha vida. Diante de brincadeiras que começavam em casa e me constrangiam.
Conheço várias pessoas que sofrem preconceito por estarem acima do peso. Mas existe um padrão e uma escala que diz qual o peso que você deve ter para ser bonito(a)? E quem disse que somente pessoas magras são bonitas?
A responsável por quebrar essa ideia é a Priscila.
"Meu nome é Priscila, tenho 36 anos e nunca fui magrinha... Achava-me com corpo normal na infância, mas como ouvia quer era gorda aceitei... Com 14 anos “a gorda” pesou na minha vida. Diante de brincadeiras que começavam em casa e me constrangiam.
Eu era alta perto das minhas amigas e com mais forma de
mulher... Mas as brincadeiras se tornaram tão constantes que isso me fazia
muito mal. Chorei bastante, mas comecei a me auto sabotar. Ao invés das pessoas
fazerem as piadas eu mesma fazia. Isso parecia dar certo, mas sinceramente n me
fazia bem.
Mas cresci até que levando na esportiva. Sempre fui bem
enturmada... Ser gordinha não me impedia muito... Mas eu não me conscientizava
e me aceitava... Eu camuflava.
Aos 19 anos engravidei, e por motivos de uso de
medicamentos. Engordei mais... Cheguei a 133 quilos... Digamos que minha autoestima
que já não era segura, caiu por terra.
Passei a usar roupas muito largas, relaxei.
Foi uma fase de muitas mudanças em minha vida e embora fosse
desconfortante eu procurava ignorar.
Tinha ao meu lado uma pessoa que nunca se queixou das minhas
formas e isso me dava alguma segurança."
Eu lembro que na infância era bem natural fazermos piadas das pessoas e rir de alguma característica que elas possuíam, era normal fazermos piadas, principalmente os meninos, das meninas mais gordinhas, parece que a gente não tinha muita noção de que aquilo entristecia as pessoas.
Perdi um pouco do peso, retomei algumas vaidades... Mas 8
anos depois da minha gravidez eu passei por uma ruptura muito grande. O
Divórcio. E a única pessoa que me dava segurança para ser eu mesma já não
existia.
Vi ali que eu fazia tudo errado. Depositava tida minha
segurança nele. Culpei o fato de ser gorda o responsável pelo fim do casamento,
mas percebi que não tinha nada a ver... Comecei ler, pesquisar sobre gordinhas.
E uma vez li, não lembro onde, que eu deveria amar a pessoa
que eu me permitia ser. Então se eu não me amava deveria procurar ser!
Bom, fui cuidar da saúde e da mente. Perdi um pouco de peso
para ter saúde e fui fazer terapia. Descobri que me amava e isso me fazia
bem... E amava a mulher que era.
No inicio de 2016 através de uma amiga conheci o universo
Plus Size da Moda.
E foi engraçado, cheguei lá amando a gorda que era, e ouvi
coisas como: “Você não é gorda como eu queria, mas você é a que preciso!”
Foi assim que virei Modelo Plus Size... Foram desfiles,
fotos, ações, workshops...
Não ganhei dinheiro
com a carreira, não como algumas pessoas pensam...
Mas esse universo foi a porta para eu descobrir um universo
de tantas outras “Priscilas”. E elas são muitas e estavam as vezes ao meu lado
e eu não via.
Aprendi com mulheres que se encontraram o que é ser bonita,
o que é empoderar da minha essência, e o que realmente são valores.
Hoje, quando me olho no espelho, não deixei de ver minhas
gordurinhas a mais, ou as estrias que ganhei. Percebi que estes fazem parte do
desenho da minha beleza e ela é única!
Em um Workshop de
Dança no Salto. Alto que faço parte, o Salti Dance Plus Size, conheci duas
irmãs que vieram fazer o curso e estavam como eu a nove anos atrás no período
do divorcio. E uma delas depois de conversarmos me disse que eu não sabia o bem
que tinha feito a ela... E agradeceu por eu repartir e mostrar esse outro
lado... Que me admirava... E eu me perguntei: “Mas quem sou eu?”
E pensando sobre isso entendi sou Modelo Plus Size... Sou
Gorda sim, não me referindo a fotos e passarelas... Sou a representatividade de
um grupo da sociedade. De uma parcela das mulheres que são gordas e lindas, cada
uma do seu modo.
Essas fotos foram de 2011 e 2015, respectivamente.
Espero que tenham gostado e amanhã tem mais uma história.
07/01/2017
Meu cabelo é do jeito que é - E daí?
Essa é a primeira postagem do projeto "E daí?" Será sobre a aceitação dos cabelos cacheados, é que mesmo em um país tão diversificado ainda existe muito preconceito com cachos.
Contarei um pouco da história de duas garotas super legais, que aceitaram participar do projeto.
Ah, e antes de começar queria agradecer a todos os leitores que estão enviando suas histórias, vocês são demais.
Sempre ouvi a frase: "Nossa, que cabelo bom!" Só que ela sempre era direcionada a pessoas com cabelos lisos, daí me perguntava se cabelo crespo ou cacheado, poderiam receber o adjetivo "bom" Mas existe esse adjetivo para cabelo, já que existe várias cores, texturas e formas? Quem diz o que é bom ou ruim? Quem disse que cabelo bom, é o liso?
Esta é a Meire, ou como ela prefere: "Morena"
"Sempre sofri preconceito e bullying, mas em nada isso me
afetou, a não ser o motivo de não gostar do meu cabelo, eles sempre falavam que
era cabelo de bruxa, de vassoura, cabelo duro, e outros nomes, minhas amigas
sempre tinham o cabelo bom, sempre soltava e sempre fazia questão de mostrar
que elas eram superior por serem lindas da forma que eram, meu cabelo só vivia
preso fazia uma popa e quando ia lavar eu ficava com tanta raiva dele que se eu
pudesse colocava fogo pra nascer um melhor, mas não podia, tinha que aceitar."
Quando a gente não está satisfeito com alguma característica existente em nós, a gente sempre tenta mudar, mas será que vale a pena mudar para agradar aos outros? Mudar para se encaixar em um grupo ou padrão de beleza imposto pelas pessoas?
"Então passei a usar químicas para ver se melhorava. Sim,
ficava bom, mas não ficava liso e isso me deixava chateada. Tentei o
relaxamento, todo mundo até meus pais incentivando: “É melhor um cabelo liso
que desse jeito”.
Então fui pra um salão e usei um produto que ardeu e queimou meu coro cabeludo todo, ficou
horrível, tive que fazer um tratamento para as feridas com pomadas e muito cuidado
para não infeccionar, então relaxamento não podia usar mais.
Eu chorei fiquei com
raiva. O que eu poderia fazer o que com essa “juba”?
Se cortasse ficava feio, tinha que usar sempre amarrado e
ainda ouvir as pessoas comentarem que era “ruim” cabelo “duro”.
Enfim... Passado algum tempo quando fui pra uma comunidade
religiosa em uma apresentação onde todas tinham que soltar o cabelo, e eu não
podia soltar o meu por que era feio, era volumoso, era “inchado” daí cortei e
deixei bem curto, foi onde comecei a sentir um amor pequeno, mas já era alguma
coisa, passei a manter ele sempre pequeno, sempre curto assim podia usar umas
presilhas e disfarçar um pouco, mas o problema era quando eu penteava, adotei o lema: “não quero nenhum fio
fora do lugar” tinha que estar impecável, sempre arrumado e os cachos no lugar
certo, não permitia ninguém chegar perto do meu cabelo, só em pensar em pegar
eu já repreendia e quando alguém acariciava eu ficava com tanta raiva, porque
aquilo bagunçava e eu não gostava de cabelo bagunçado.
Sai da comunidade e deixei crescer apenas por experiência,
queria saber como ficava, já que eu tinha adotado uma forma de usar, então
queria ver ele no tamanho de antes, e foi nesse momento que comecei a olhar com
olhos diferentes. Quando meu pai dizia para alisar, eu já conseguia responder, medida
que ele foi crescendo fui fazendo novas experiências amarrando de um jeito de
outro que não, que queria meus cachos naturais.
Já era um bom começo. À, mas com o mesmo lema: “nenhum fio
fora do lugar” e ninguém podia mexer até o vento me dava raiva por que
bagunçava e muito.
Hoje aprendi a amar meu cabelo e meu lema mudou, agora é
“quanto mais volume melhor”. Além de amar meu cabelo aprendi a me amar também,
todos temos nossas diferenças mas todos nós temos algo muito especial e é isso
que devemos mostrar. Sempre me achei
feia, isso ficou no passado, não estou nos padrões de beleza da sociedade, mas
estou nos padrões de Deus, tenho minhas qualidades e isso me deixa feliz e
principalmente livre para ser quem eu sou de verdade, e fazer o que quero sem
me preocupar com a opinião dos outros".
Esta é a Fabiana e a sua sobrinha a Maria Eduarda.
As duas tem cabelos cabelos cacheados, mas a Fabiana só assumiu seus cachos, por incentivo da Maria Eduarda.
"Depois de ver minha sobrinha mais nova chorar porque queria
muito doar o cabelo para crianças com câncer, passei a valorizar a minha
natureza e decidi deixa-los cacheados de vez.
Ela me motivou a gostar do meu cabelo. Foi muito comovente vê-la
tão nova com um ato de caridade, de se compadecer da dor do outro...
Ainda hoje ela tem esse forte desejo de doar o cabelo, mas
ainda não está no comprimento ideal, daí estamos esperando o dela crescer para
juntas fazermos a doação".
Espero que tenham gostado das histórias e que sirvam de inspiração. Amanhã postarei outra história, provavelmente com um novo tema.
06/01/2017
E daí? - Primeiro projeto do blog
Esse é o primeiro post do ano, por isso queria que ele fosse diferente de tudo que já aconteceu aqui no blog.
Pensando nisso, decidi fazer um projeto. O tema central é aceitação, ou seja, aquilo que a gente é ou tem e aceita, mesmo muitas pessoas não gostando, mas E daí? você é assim e pronto.
Funcionará assim: Durante todo esse mês, postarei histórias de leitores, que possuem alguma característica criticada pela sociedade, mas que se aceitaram, independentemente das críticas.
Toda semana teremos um ou dois temas, e todos os dias uma história relacionada ao tema.
As histórias serão as mais variadas possíveis, vão desde aceitar o penteado do cabelo, até a sua opção religiosa.
Assim, até mesmo você que está lendo isso, também pode ter sua história aqui, é só entrar em contato comigo e me contar.
O objetivo do projeto é fazer com que através da história de vida de algumas pessoas, você e tantas outras pessoas que ainda não se aceitaram, possa fazer isso, e assim melhorar seu modo de vida.
Vou fazer o máximo para achar histórias inspiradoras, que com certeza vão nos tornar pessoas melhores.
O início será amanhã, ainda não sei qual será o primeiro tema e história, mas tenho certeza que vocês vão se surpreender com eles.
É isso, espero que gostem do projeto e que seja o primeiro de muitos.