Isso vai lá, manda mensagem, puxa assunto, implora por
atenção... E depois vem chorando e culpando o amor porque não recebeu a atenção
que queria. Joga toda culpa nessa coisa complicada que é se apaixonar, diz que
não quer saber mais da pessoa e desse amor, mas não esquece que ninguém é
obrigado a te amar, que o outro pode amar em uma intensidade diferente da sua.
O problema é que a gente enche o amor e as pessoas de
expectativas, querem que elas sejam exatamente do nosso jeito, colocamos nossos
planos e nossas vidas dependendo delas, como se existisse uma obrigação delas
com a gente.
Sabe, acho que amor recíproco é a exceção hoje em dia, o
normal do amor é gostar de qualquer pessoa, menos de quem devia. Vai ver ele
gosta de sofrer e acabar com a gente.
Não sei nem se eu já amei alguém de verdade, talvez nem você
tenha amado, como é que a gente pode afirmar que foi amor? Por que ele causou
uns frios na barriga, uma vontade de ficar abraçado com a pessoa pra o resto da
vida, sentindo o calor do outro? Vontade de beijar até a alma, e ver o outro
sorrindo por uma piada sem graça que você contou? Ou você abrir um sorriso
bobo, só de olhar pro outro e pensar sei lá o quê...
E se tudo isso acabou, foi amor? Não sei se você percebeu,
mas tudo o que falei são sensações sentidas por somente uma pessoa, quem
garante que o outro está sentindo tudo isso também? Quem garante que o outro
não queria sentir teu calor só na hora do sexo? Ou queria beijar tua alma
porque seria só mais um lugar para beijar?
Vamos continuar nos dando mal no amor, enquanto não for
recíproco, enquanto colocarmos expectativas demais nos outros e enquanto
confundirmos amor com uma paixão (às vezes sofremos tanto por uma coisa que
daqui a pouco passa).
Apesar de todas essas complicações, vale a pena continuar
amando, com esse nosso jeito único de enfrentar o amor.